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Acessibilidade na Web - Entendendo o WCAG

· 5 min read
Felipe Jorge Sales da Silva

Venho aqui compartilhar um conhecimento que tive através de minha pós graduação, este tema é altamente importante para desenvolvedores web e essencial para qualquer organização.

A acessibilidade na web é uma parte essencial do design e desenvolvimento web que garante que todas as pessoas possam usar e ter acesso às informações e funcionalidades na web. Um conjunto crucial de diretrizes que orienta essa prática é o WCAG, ou Web Content Accessibility Guidelines.

A acessibilidade é um conhecimento crucial para qualquer desenvolvedor web, pois não devemos apenas criar conteúdos onde o cliente deve operar, mas conteúdo acessível para todos

O que é o WCAG?

WCAG é uma sigla que significa Web Content Accessibility Guidelines. São um conjunto de recomendações para tornar o conteúdo da web mais acessível, principalmente para pessoas com deficiências. Desenvolvido e mantido pelo W3C (World Wide Web Consortium), uma organização internacional que desenvolve padrões abertos para a web, o WCAG serve como um roteiro para a construção de experiências web inclusivas.

WCAG e Acessibilidade

A acessibilidade da web é a prática de projetar e criar websites, ferramentas e tecnologias para que possam ser usados por todas as pessoas, independentemente de suas habilidades físicas, sensoriais ou cognitivas. Isso é importante não apenas como uma questão de inclusão e direitos civis, mas também porque a acessibilidade na web oferece benefícios como melhor SEO (Search Engine Optimization) e maior alcance de audiência.

As diretrizes do WCAG fornecem estratégias específicas e técnicas que ajudam os desenvolvedores a criar conteúdo que seja acessível para pessoas com deficiências. As diretrizes se concentram em quatro princípios principais, que são:

  1. Perceptível: As informações e os componentes da interface do usuário devem ser apresentáveis aos usuários de maneiras que eles possam perceber. Isso inclui oferecer alternativas de texto para imagens, legendas para multimídia e criar um design e layout que permitam a compreensão eficaz do conteúdo.

  2. Operável: Os componentes da interface do usuário e a navegação devem ser operáveis. Isso significa que os usuários devem ser capazes de interagir e navegar pelo conteúdo da web. Isso pode envolver tornar todas as funções disponíveis a partir de um teclado ou fornecer tempo suficiente para os usuários lerem e usarem o conteúdo.

  3. Compreensível: As informações e a operação da interface do usuário devem ser compreensíveis. Isso significa que o conteúdo da web deve ser apresentado de uma maneira que os usuários possam entender.

  4. Robusto: O conteúdo deve ser suficientemente robusto para ser interpretado de maneira confiável por uma ampla variedade de tecnologias assistivas. Além disso, os usuários devem ser capazes de acessar o conteúdo à medida que a tecnologia evolui.

A Legislação Brasileira de Acessibilidade na Web

No Brasil, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), Lei Nº 13.146, estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

No contexto digital, o Decreto Nº 5.296 de 2004 também é relevante. Esse decreto estabelece normas e critérios para a promoção da acessibilidade, incluindo a obrigação de que os sítios eletrônicos da administração pública devem ser projetados para oferecer acesso às informações contidas neles, independentemente das capacidades físico-motoras, perceptivas, sensoriais, intelectuais ou mentais de seus usuários.

O Modelo de Acessibilidade de Governo Eletrônico (e-MAG) é uma iniciativa que tem como objetivo orientar a adequação dos sítios e portais do governo à acessibilidade. O e-MAG está alinhado às recomendações internacionais, como o WCAG, mas considera as características culturais do Brasil.

Lembre-se que, apesar de haver leis específicas para a administração pública, a acessibilidade é um direito humano e as práticas de design acessível devem ser seguidas por todos os desenvolvedores e designers, independentemente de serem parte do setor público ou privado.

Avaliações de Acessibilidade

As avaliações de acessibilidade geralmente caem em duas categorias: Avaliações automáticas e Avaliações manuais.

Avaliações automáticas

Este tipo de avaliação é feita com ferramentas automatizadas de acessibilidade que podem analisar rapidamente um site ou aplicação para identificar problemas de acessibilidade comuns. Elas podem verificar coisas como se as imagens têm texto alternativo, se os cabeçalhos estão estruturados corretamente, se o contraste de cores é suficiente, etc. As ferramentas de avaliação automática são úteis para identificar problemas óbvios e fáceis de detectar, mas não conseguem capturar todos os aspectos da acessibilidade.

Avaliações manuais

Este tipo de avaliação é realizada por humanos que manualmente verificam o site ou aplicação para problemas de acessibilidade. Isso pode incluir coisas como navegar pelo site apenas com o teclado, usar tecnologias assistivas (como leitores de tela) para interagir com o site, ou simplesmente verificar se o conteúdo faz sentido quando lido fora de ordem. As avaliações manuais são necessárias porque muitos aspectos da acessibilidade dependem do contexto e da interpretação, algo que as ferramentas automatizadas não são capazes de fornecer.

Qual avaliação devo utilizar?

Idealmente, um site ou aplicação deve passar por ambos os tipos de avaliação para garantir a maior acessibilidade possível. Cada método tem suas próprias vantagens e limitações, e a combinação de ambos fornece a avaliação mais completa e precisa da acessibilidade de um site ou aplicação.

Abaixo segue as diretivas do WCAG para aplicar em seus sistemas, se seguir todos a risca você terá um sistema 100% acessível, note que as diretivas podem mudar de acordo com o ano, por isso é necessário verificar se você está usando a diretiva mais atualizada no momento.

Diretivas do WCAG

Conclusão

Estes princípios orientam a construção de websites, aplicativos e outras tecnologias da web que sejam acessíveis a todas as pessoas, independentemente de suas habilidades. Ao seguir as diretrizes do WCAG, os desenvolvedores podem garantir que seus produtos sejam inclusivos e acessíveis.

Os padrões do WCAG são amplamente adotados globalmente e representam uma parte significativa da garantia de que a web seja inclusiva e acessível para todos. Independentemente de você ser um desenvolvedor experiente ou um novato.