A Sabedoria de Esvaziar a Mente

A essência do verdadeiro aprendizado está em esvaziar a mente. Imagine sua mente como uma xícara: se já estiver cheia, não há espaço para mais nada. Mas, se estiver vazia, pode receber novas experiências e conhecimentos infinitamente. Este é o princípio que devemos adotar.
Humildade e Abertura

Para esvaziar a mente, a humildade é fundamental. Devemos reconhecer que, independentemente de quanto saibamos, sempre há algo novo para aprender. Esta humildade nos mantém abertos e receptivos a novas ideias, prevenindo a estagnação mental.
Flexibilidade como o Café

A mente vazia é flexível, adaptável como o café. O café não tem forma própria; ele se molda conforme o recipiente que o contém. Se colocado em um copo, torna-se um copo. Se colocado em uma jarra, torna-se uma jarra. Devemos ser como o café, prontos para nos ajustar a novas circunstâncias e informações.
Superando a Arrogância do Conhecimento

A crença de que sabemos mais que os outros pode nos levar a um perigoso sentimento de superioridade. Esse estado mental fecha nossa mente para novas ideias e impede o crescimento pessoal. Precisamos reconhecer que a verdadeira sabedoria vem da contínua busca por aprendizado, e não do conhecimento imutável.
Experimentando novos drinks

Não devemos nos apegar a uma única maneira de fazer as coisas. Experimente novas abordagens, aprenda novos frameworks, explore novas linguagens de programação. Esteja sempre aberto a expandir seus horizontes, sem julgar que uma forma é superior a outra. Este processo de experimentação e adaptação é essencial para o crescimento contínuo.
Autonomia na Decisão
Cuidado ao seguir conselhos. Não confunda sugestões com ordens. Alguém pode te sugerir seguir um caminho, mas você tem autonomia para ouvir, absorver e decidir se vai seguir ou não. Um conselho é algo que alguém sugere para seu bem, para que você consiga crescer e evoluir; é um aprendizado que pode te poupar de um problema. Agora, uma ordem é algo que você precisa seguir sem questionamentos.
É importante entender a diferença entre as duas. Sugestões são valiosas, pois vêm com a intenção de ajudar e orientar. Elas permitem que você aprenda com a experiência de outros e evite erros comuns. No entanto, você não deve seguir cegamente todas as sugestões. Avalie cada conselho com cuidado, considerando se ele se aplica à sua situação atual e se realmente beneficiará seu crescimento.
Esvaziar a si mesmo não significa aceitar tudo, mas sim estar sempre aberto a novas ideias e sempre aprendendo. Aceitar todas as sugestões e seguir tudo cegamente sem questionar faz de você alguém altamente manipulável, e ser manipulável é ruim quando os conselhos são prejudiciais a você ou para o projeto. Você também precisa se impor. Esvaziar a si mesmo não significa necessariamente que você é alguém sem conteúdo, mas sim que você está sempre disposto a adquirir mais conhecimento, desamarrar-se de vícios e aceitar novas abordagens.
Pense no café. Uma xicara cheia não tem como aprender mais, pois está cheio. Um xicara vazia está sempre disposto a se encher de conhecimento e a buscar novos sabores e saberes. A ideia não é ser uma xicara vazia de conhecimento, mas sim nunca estar completamente cheio. Esvaziar-se não significa remover tudo que você sabe, mas sim estar disposto a coisas novas e a ideias novas.
Respeito e Colaboração
Manter a mente aberta também envolve respeitar os colegas e suas perspectivas. O respeito mútuo cria um ambiente colaborativo, onde todos se sentem valorizados e incentivados a contribuir. Este ambiente é propício para a troca rica e produtiva de ideias.
A Importância do Brainstorm
O brainstorm é um exemplo perfeito de esvaziar a mente. Neste processo, todos são incentivados a falar, dar ideias e opinar, sem medo de julgamento. Durante uma sessão de brainstorm, não existem ideias ruins. Esse ambiente seguro e receptivo permite que todos expressem suas ideias livremente, promovendo a criatividade e a inovação. O brainstorm é essencial porque:
- Estimula a Criatividade: Sem medo de julgamentos, as pessoas se sentem livres para pensar fora da caixa.
- Fomenta a Colaboração: Todos têm a oportunidade de contribuir, enriquecendo o processo com diversas perspectivas.
- Desenvolve a Confiança: Quando ideias são aceitas e respeitadas, os participantes ganham confiança para compartilhar mais.
- Promove a Inovação: A troca livre de ideias pode levar a soluções inovadoras e inéditas para problemas complexos.
Lean Inception: O exercício "É e Não É" e "Faz e Não Faz"

No processo de Lean Inception, o exercício do "É e Não É", "Faz e Não Faz" é uma ferramenta essencial para alinhar a visão da equipe sobre o produto a ser desenvolvido. Este exercício simples, mas poderoso, ajuda a esclarecer as percepções variadas que diferentes membros da equipe podem ter sobre o mesmo produto. Mesmo quando acreditam que têm uma compreensão clara e completa, o exercício revela que podem existir diferenças significativas nas expectativas e entendimentos, um exemplo de como alinhar pessoas e ideias.
Como Funciona o Exercício
Resumidamente o exercício consiste em um quadro separado por 4 tópicos, as pessoas com postits vão escrevendo e colocando no quadro o que o produto é o que o produto não é, o que ele faz e o que não faz.
"É e Não É":
- É: Definir claramente o que o produto é. Isso inclui suas características, funcionalidades principais e o problema que ele resolve.
- Não É: Especificar o que o produto não é. Isso ajuda a evitar mal-entendidos sobre o escopo e as funcionalidades que não serão incluídas.
"Faz e Não Faz":
- Faz: Descrever o que o produto faz. Quais são as ações e tarefas que o produto permitirá aos usuários realizarem.
- Não Faz: Definir o que o produto não faz. Isso previne expectativas irreais sobre as capacidades do produto.
Benefícios do Exercício
- Clarifica a Visão do Produto: Ao definir claramente o que o produto é e o que não é, todos os membros da equipe alinham suas expectativas e compreensões.
- Destaca Diferenças de Percepção: Muitas vezes, pessoas diferentes têm ideias muito distintas sobre o mesmo produto. Este exercício ajuda a identificar e resolver essas diferenças.
- Previne Mal-entendidos: Mesmo quando achamos que entendemos um produto por completo, o "É e Não É" pode revelar áreas de confusão ou mal-entendidos.
- Fomenta a Comunicação: Promove uma comunicação aberta e honesta, essencial para o sucesso de qualquer projeto.
- Ensina Humildade: Mostra que até mesmo aqueles que acreditavam saber tudo podem ter ideias equivocadas, ensinando a importância da humildade e da capacidade de ser mais humano e receptivo às perspectivas alheias.
Este excercício simples é uma etapa crucial no processo de Lean Inception, garantindo que toda a equipe esteja na mesma página e pronta para trabalhar de forma colaborativa e eficiente no desenvolvimento do produto.
A Jornada do Agora
Estar presente no momento é uma prática poderosa. Quando focamos no presente, libertamos nossa mente de preocupações passadas e ansiedades futuras. Este estado de atenção plena nos permite viver plenamente e aproveitar cada oportunidade de aprendizado.
Conclusão
Adotar a mentalidade de esvaziar a mente é um caminho contínuo de aprendizado e crescimento. A verdadeira sabedoria reside em estar sempre disposto a aprender, manter a humildade e ser flexível como o café. Lembre-se, uma mente vazia é uma mente pronta para ser preenchida com novos drinks e experiências. Valorize o presente, respeite os outros e esteja sempre aberto a novas possibilidades. Assim, você se tornará um verdadeiro mestre no caminho da vida.
Este artigo reflete bem os conceitos de abertura, aprendizado contínuo e flexibilidade. Está bem estruturado e oferece uma perspectiva inspiradora sobre a importância de manter a mente aberta e estar sempre disposto a aprender.

No ambiente de trabalho, especialmente em áreas críticas como o desenvolvimento de software, tomar decisões bem fundamentadas é essencial. Argumentos sólidos e bem embasados devem prevalecer, garantindo que as decisões tomadas sejam as melhores para o projeto e para a segurança de todos os envolvidos.
O efeito Dunning-Kruger sugere que quanto menos alguém sabe, mais certeza tem de que é eficiente. No meu caso, reconheço que não sei tudo de comunicação e de regra de negócio. Contudo, sei que com esforço consigo obter as informações suficientes para realizar meu trabalho de maneira eficiente. Em contraste, outras pessoas têm tanta certeza de suas habilidades que acabam tomando decisões sem pensar adequadamente. Quando faço perguntas, algumas pessoas respondem como se as respostas fossem óbvias, mas, na verdade, muitas questões são mais complexas do que parecem. Pessoas com alta confiança pode ser um problema, pois tomam decisões precipitadas e as vezes que podem gerar risco ou prejuízo não só a equipe mas a milhares de pessoas. A pergunta que você deve fazer é, "Será que sou realmente tão bom na comunicação quanto acho que sou?".
Trabalhando seja com software de aviões, lojas de e-commerce, agências de publicidade ou em um banco, o melhor sempre é tomar decisões pensando e analisando e depois agindo e não agir sem pensar apenas porque alguém falou, uma comunicação errada, uma decisão errada pode acarretar em riscos e percas irreversíveis. Certa vez eu perguntei a uma professora minha que deu aula para mim na faculdade, também deu aula para mim na minha pós graduação e por fim também foi minha gerente e é algo que vou levar para o resto da vida, o que eu faria se no serviço mandassem eu fazer algo errado, ela falou que eu como profissional eu deveria recusar, e eu perguntei "mas e se isso me afetar ou afetar meu emprego?", ela falou que mesmo assim eu não deveria fazer, porque se eu tivesse construindo um prédio e alguém falasse para fazer algo que pudesse ter riscos do prédio cair, eu deveria recusar, a mesma coisa é com software, pessoas querem jogar a culpa uma na outra ao invés de analisar uma situação, preferem não pensar e culpar o Product Owner por um erro, sendo que você poderia ter identificado um problema e ajudado no refinamento do produto.
O refinamento do backlog no Scrum é uma atividade contínua, essencial para manter o backlog do produto atualizado, priorizado e claro. Este processo contínuo garante que a equipe de desenvolvimento tenha histórias de usuário bem definidas e prontas para as próximas sprints, embora o Product Owner seja a peça principal, os desenvolvedores podem identificar, levantar questões e sugerir melhorias, que podem não ser inicialmente evidentes para o Product Owner, e estas questões tem que ser levantadas com clareza e não por impulso, ou seja você deve antes entender melhor a regra para depois passar para o Product Owner e isto não é retrabalho, é falar a coisa certa no momento certo com o argumento correto.
Outro desafio é que muitas pessoas têm medo de fazer perguntas. Elas temem que suas perguntas sejam repetidas ou que já tenham sido feitas antes. Estudos indicam que apenas uma pequena porcentagem do que é ouvido é realmente absorvido. Um estudo da Harvard Graduate School of Education revelou que a maioria das informações discutidas em reuniões pode ser perdida ou mal interpretada, indicando que a retenção de informações em reuniões é muitas vezes insuficiente. Isso significa que o que uma pessoa entendeu e ouviu pode não estar claro para outra pessoa. Alguns acham que entendem e sabem tudo, mas isso é um erro. Como um sábio disse, "não existe pergunta idiota, mas sim idiota que não pergunta".
Pense em uma partida de futebol. Quem assiste sempre diz que faria melhor, que jogaria melhor que o jogador em campo, faria um passe diferente ou que a pessoa não foi eficiente o suficiente. Porém, uma coisa é a visão de quem está assistindo e outra é a de quem está jogando. Claro que existem especialistas em análise de jogo, mas muitas vezes a pessoa que está assistindo não tem conhecimento sobre o jogo, ou seja, sobre a determinada tarefa, e quer opinar dizendo que sabe mais, que entenderia mais rápido ou executaria mais rápido. No entanto, essas observações, muitas vezes feitas com boa intenção, não refletem os desafios reais enfrentados por quem está em campo, e reconhecer essa diferença é fundamental. A mesma coisa é com o software, temos que tomar cuidado ao fazer críticas, sair da plateia e ao invés de criticar jogar junto como um time e criticar como um colega de campo e não como um espectador.
Às vezes, o problema não é a falta de clareza na comunicação, mas a falta de interesse ou tempo de quem está ouvindo. Muitas vezes, as pessoas querem apenas que você resolva o problema ou uma determinada tarefa ou até mesmo um bug, sem entender o motivo real do problema. Mesmo explicando com evidências e detalhando, documentando em sistemas como o Jira, falando em grupos como Teams e até falando pessoalmente, algumas pessoas não entendem e culpam o comunicador. O argumento de que não entendeu e a culpa é sua por isso nem sempre é real, pois muitas vezes o desinteresse pelo assunto e a confiança de que está certo é a própria causa da pessoa não ter conseguido entender. As pessoas, por acharem que sabem muito e que estão sempre certas, não importa o argumento que você usar ou a maneira que falar, vão continuar achando que estão certas, e ainda vão usar isso para falar que você não comunica bem, pois não importa o que você fala ou como fala, elas querem que você faça o que elas querem, e se você tomar um caminho diferente, ou ter uma opinião diferente, vão dizer que não se comunica bem.